“Avançai para as águas mais profundas e lançai as vossas redes para a pesca”. Estas palavras foram garantias para que Pedro e os outros apóstolos voltassem a pescar naquele dia. E foi inspirado nestas palavras que aconteceu o Retiro da Paróquia Santo André 2014 nos dias 01 e 02 de novembro na Casa de Retiro São José.
Este é o terceiro retiro paroquial e tem por finalidades restaurar as energias dos paroquianos para que comecem bem um novo ano, assim como se preparar para a grande Festa do Padroeiro Santo André. Neste ano, o tema que conduziu o retiro e conduzirá a festa do Padroeiro é “Em Atenção a sua Palavra, lançaremos as Redes”, a partir desta temática foram obordadas quatro subtemas: o encontro com Cristo; o encontro com a Palavra; o encontro com o outro; e, o encontro com a comunidade.
Não é nos prazeres da vida, mas em Cristo que encontramos a verdadeira felicidade. É nessa certeza que foram vivenciados os diversos momentos do retiro paroquial. E foi com uma grande animação e louvor conduzido pelo Seminarista Carlos e a Ir Joana da Comunidade Verbo de Vida que se iniciou o retiro. Neste primeiro momento refletimos a palavra do Evangelho de São Lucas 5, 1-11, estes versículos relatam que Jesus subiu na barca de Pedro e ordenou que lançassem as redes. Pedro respondeu: “Mestre trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede”; assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixes. E é com essa palavra que cremos que Jesus está no nosso barco da vida e com ele pescaremos toneladas de graças. Movido pelo Espírito nunca perdermos as esperanças, nos motivamos a sempre tentar novamente, na confiança que Jesus está perto na pesca da nossa vida.
A primeira pregação foi conduzida pelo Pároco Pe. Paulo Nunes que esclareceu sobre a experiência cristã do encontro, que se dar “em um homem caído que precisa de ajuda divina”. Este homem somos nós, que ao nos encontramos com Cristo, ele nos dar um rumo. O encontro muda, nos dar um horizonte e um rumo decisivo na vida. E assim podemos verificar o sentido de fazermos um retiro, neste momento Deus faz um encontro pessoal, particular com cada um, é um encontro consigo mesmo e com o Criador, onde permanecemos na presença do Senhor.
Com isso se verifica o primeiro subtema que é encontro com Cristo. Para exemplificar refletimos a experiência do encontro entre Deus e Paulo (At 9, 1-22), este homem era um perseguidor furioso de Cristãos, mas após ouvir a voz de Jesus se converteu e começou a pregar nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho de Deus. Também meditamos sobre a experiência do encontro de Santo Agostinho que ocorreu quando ele já tinha 40 anos: “Tarde te amei, ó beleza antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas.
Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinha-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.” (Trecho do livro Confissões de Santo Agostinho, X, nº 27, Ed. Paulus, 1997, p. 299). E, por fim, refletimos com a Palavra do Evangelho de São Mateus 4, 18-20 que trata do chamado de André e Pedro “Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de
homens.” E eles seguiram imediatamente Jesus. Esta palavra nos mostra que Deus ver cada um particularmente; assim como Jesus viu André a beira do Mar da Galileia (o mar da vida), o Senhor lhe ver, lhe escolhe, lhe chama no meio da multidão, não importa nem onde e nem como você esteja.
À noite recomeçamos as atividades com a oração do Santo Terço. Logo após participamos da pregação do Diácono Flávio que continuou a abordar sobre o encontro com o próprio Cristo. Para isso, o pregador trouxe outros exemplos de encontro com Cristo, como o narrado em Gênesis 22 que trata do encontro entre Abraão e Deus, local que passou a ser chamado de “Javé providenciará”; e, o encontro de Moisés com Deus em um território santo, narrado no livro do Êxodo 3, 1-6 no qual Deus afirma que é “o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”.
A partir desses exemplos nos questionamos sobre como anda o nosso encontro com Deus, se quando estamos na Igreja entendemos que lá é um lugar sagrado de encontro com o Cristo. Assim como na conversão de Paulo, o Diácono ainda salientou a necessidade de conversão diária e de dar o testemunho com a nossa vida. Finalizamos a noite com um grande momento de encontro e adoração ao Santíssimo Sacramento.
O segundo dia de retiro iniciou com a Santa Missa ao dia dos finados, em homenagem aos nossos entes queridos que já voltaram a casa do Pai. Porém, o dia foi de alegria e repleto de entusiasmos, pois a final estávamos em retiro para ouvir tudo o que Deus havia reservado para nós. E foi com essa alegria que participamos das pregações conduzidas pelo Ir. João Paulo da Comunidade Verbo de Vida.
A primeira pregação abordou o subtema o encontro com a Palavra. “... mas por causa de tua palavra, lançarei a rede” respondeu Pedro a Jesus. Esta passagem bíblica mostra que a Palavra de Jesus foi capaz de penetrar o coração de Pedro. Portanto, a Palavra de Deus é capaz de mudar a nossa vida quando a deixamos penetrar no nosso coração. Por isso, é válido perguntar ao íntimo do nosso coração: Eu já encontrei a Palavra de Deus? O que ela transformou em mim? Outros textos bíblicos relatam o encontro e a importância da Palavra de Deus na nossa vida, como exemplo o livro de Jeremias 15,16 “Quando recebi as tuas palavras, eu as devorava. A tua palavra é alegria para o meu coração, porque eu levava o teu nome, ó Javé, Deus dos exércitos”, e no Evangelho de São João 7, 46 no qual demonstra o encontro dos guardas com a Palavra de Cristo “Os guardas responderam: ninguém jamais falou como esse homem”. E nesse clima de reflexão, saímos para o primeiro deserto à busca do encontro com a Palavra, procurando uma resposta para as seguintes perguntas: “O que me impedi de encontrar e escutar a Palavra de Deus?” e “O que posso fazer para deixar a Palavra do Senhor transformar a minha vida?”.
O encontro com o outro foi o tema da segunda pregação do Ir. João Paulo. Para refletirmos sobre essa temática utilizamos inicialmente o Evangelho de São João 20, 1-2.11.13-18 momento em que Maria Madalena encontrou Jesus ressuscitado e saiu correndo para contar aos discípulos.
E é neste ponto de anunciar para o outro que está a necessidade do encontro com o outro, ou seja, se já encontramos o Cristo, se já temos uma experiência com o Senhor devemos anunciar essa notícia ao outro para que este também queira ter a mesma experiência. Jesus não é propriedade de ninguém, ele tem que ser compartilhado com o outro. Devemos levar a palavra de Deus e colocar para fora essa alegria, assim como o leproso fez ao ser curado por Jesus (Mc 1, 40-45), assim como André contou ao seu irmão Pedro que havia encontrado o Messias (Jo 1, 40-42), assim como Paulo disse que “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; pelo contrário, é uma necessidade que me foi imposta.Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1Co 9,16).
Por isso, fomos ao segundo momento de deserto para nos questionar se temos coragem de ir ao encontro com o outro ou que me impedi de anunciar o Cristo ao outro.
Na terceira pregação conduzida pelo Ir. João Paulo refletimos sobre a última temática que é o encontro com a comunidade. “E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lc 15, 7). Dentro dessa passagem do evangelho encontramos a palavra festa e perdão que estão intimamente ligadas neste contexto. Deus perdoa o pecador e faz festa quando este se converte.
É festa porque encontrou o Cristo, porque descobriu o amor de Deus. Conforme podemos extrair da Primeira Carta de São João 1, 8-10, Jesus veio para os pecadores, assim devemos nos reconhecer como pecadores e por isso precisamos do perdão de Deus. Deste modo, dentro da nossa comunidade deve haver o perdão, pois o perdão mútuo, o perdão que damos ao outro, também fará bem para mim.
Em comunidade vivemos pela misericórdia do outro. A festa do Nosso Padroeiro, para que aconteça com alegria dentro do nosso coração, devemos perdoar uns aos outros. Sem o perdão, não há festa interior. Como aconteceu quando o filho mais novo se arrependeu e voltou para casa do Pai (Lc 15, 17-24), assim também devemos fazer festa quando um irmão em nossa comunidade pede perdão e volta. Desse modo, fomos ao último momento de deserto para refletir em grupo sobre o compromisso que assumiríamos perante a comunidade depois de tantas graças alcançadas nesses dias de retiro.
“Não mim sinto como uma rede, mais sim como um peixe sendo pescado por esta rede que foi lançada. Cheguei aqui como aquele homem caído que precisava da ajuda divina. E graças a Deus encontrei a resposta.”
Palavras de Ivonei, Paroquiano participante do retiro
Ivonei, após mais ou menos 15 anos afastado da Igreja, retornou, participou do casamento comunitário, mas achava que ainda estava faltando algo na sua família e por providência divina decidiu participar do retiro paroquial. Ivo informou ter sido tocado com as palavras de Pe. Paulo no momento que ele falava sobre a experiência do encontro com Cristo que “é o encontro de uma pessoa caída que precisa da ajuda de Cristo”, ele se sentiu aquela pessoa caída no chão precisando da ajuda de Deus.
O testemunho do Diácono Flávio também foi bastante edificante e ajudou Ivo a refletir sobre o tempo que esteve afastado da Igreja pode perceber que a todo o momento Deus esteve ao seu lado.
E assim, concluímos o nosso retiro com as energias revigoradas e prontos para participar da grande Festa do Padroeiro Santo André. E em atenção a Palavra de Deus, lançaremos as nossas redes para encontrar com o Cristo que nos ama por inteiro, para encontrar com a sua Palavra que modifica as nossas vidas e nos leva a caminhos seguros, para encontrar com o outro e com a comunidade a fim de anunciar e partilhar da verdadeira felicidade que só encontramos em Deus.
Postado por: Pascom Paróquia Santo André
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